sábado, 6 de novembro de 2010

A Câmara de Lisboa, o Orçamento Participativo, o campo de râguebi e a confusão habitual.



A “criação dum campo de râguebi municipal na cidade de Lisboa” foi, com 730 votos, o projecto mais votado naquela que é a terceira edição do Orçamento Participativo. Segundo informações constantes do site da Câmara de Lisboa, este projecto resulta da junção de duas propostas diferentes: a “requalificação do parque desportivo de S. João de Brito”, da autoria de elementos do Clube de Rugby de São Miguel, e a “criação dum campo de râguebi municipal na cidade de Lisboa”, apresentado pelo BJWHF.

Mas o presidente do clube desportivo BJWHF, Filipe Almeida Santos, garante que não foi convidado pela Câmara de Lisboa para estar presente na cerimónia que se realizou hoje de manhã, em que foram entregues diplomas e capacetes de obra aos vencedores. Nem tão pouco foi avisado dos resultados da votação.

Na ocasião, a autoria da proposta foi assumida pelo Clube de Rugby de São Miguel, cujo presidente do conselho fiscal disse aos jornalistas que aquilo que estava em cima da mesa nas negociações com a Câmara de Lisboa era ser-lhes atribuída a gestão do espaço. “Suponho que é essa a metodologia que vai ser aplicada”, confirmou Diogo Vassalo. Horas depois na página do clube na rede social Facebook anunciava-se: “Ganhamos o orçamento participativo, obrigado a todos, em dois anos temos o nosso estádio”.

“É estranho haver uma entidade que aparece como entidade gestora, quando a proposta é votada como campo municipal. Com a mobilização que fizemos para a proposta defraudámos as pessoas que confiaram em nós e que votaram numa estrutura de acesso municipal livre”, acusa Filipe Almeida Santos. O presidente do BJWHF já entrou em contacto com a vereadora da Modernização Administrativa para esclarecer a questão, mas pelos dados de que dispõe não tem dúvidas em afirmar que “a câmara não está a fazer um bom papel ao nível da transparência democrática”.

Já a Câmara de Lisboa pede desculpa pelo sucedido e explica que tudo radicou num mail que, “por uma razão inexplicável”, não seguiu para Filipe Almeida Santos a convidá-lo para a cerimónia. “Como não quis deixar-nos nenhum contacto telefónico, não foi avisado. Mas nunca quisemos excluí-lo. O cheque em seu nome ficou por entregar”, prossegue a porta-voz da autarquia. Já a reivindicação da gestão do futuro equipamento, “é abusiva por parte de quaisquer entidades” (Público).

1 comentário:

João Beça Antunes disse...

Os meus sinceros parabéns, é com bastante agrado que recebo a notícia do triunfo na votação no projecto da construção do campo rugby para o nosso bairro.

Todas as modalidades desportivas devem ser acarinhadas e criadas condições para a prática das mesmas, o Rugby é fenómeno desportivo importante de integração das várias classes sociais existentes no nosso bairro, como o Judo entre outras modalidades que muitas instituições desenvolvem na nossa zona e desta forma tem contribuído para a melhoria das condições de vida da nossa população.

Apenas não consigo perceber a dualidade de critério por parte dos serviços da CML, considerando que no Plano Urbanístico do Alto do Lumiar (PUAL) já contemplava a construção do referido campo, porque razão em relação ao posto de limpeza para o Alto do Lumiar os mesmos serviços quando analisaram a viabilidade técnica do projecto chegaram a conclusão que este projecto não era considerado tendo em consideração que já existia projecto que contemplado no plano de actividades do (PUAL).