quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Costa, vai para líder do PS, sff!





Uma Lisboa cor-de-rosa muito endividada e suja
por DANIEL LAM

O debate sobre "O estado da cidade" transformou a sessão de ontem da Assembleia Municipal de Lisboa (AML) num rol interminável de críticas ao primeiro ano deste mandato do socialista António Costa à frente da câmara da capital. Deputados da oposição denunciaram haver muito planeamento e pouca obra feita, mais endividamento, falta de limpeza e de reabilitação de edifícios. Chegaram a dizer que Lisboa está a cair, degradada, decadente e vazia. O PSD garantiu que vai "impedir o agravamento de taxas e impostos propostos pela câmara".

A constante troca de acusações entre deputados gerou vários episódios de alguma exaltação, levando a presidente da AML, Simonetta Luz Afonso, a intervir, apelando à calma.

Logo no início da sessão, o presidente da Câmara de Lisboa fez um balanço da sua actividade à frente da autarquia, salientando medidas de descentralização para alargar as competências das juntas de freguesia, simplificar questões burocráticas e reduzir o endividamento, amortizando até ao final do ano 381 milhões de euros.

António Costa destacou as obras no Terreiro do Paço, que "foram concluídas a tempo e horas", acrescentando que outras "pequenas e grandes obras têm sido feitas por toda a cidade, como a reabilitação de jardins e a construção de três novas escolas do primeiro ciclo, seguindo-se mais duas já em fase de conclusão".

"Damos prioridade ao planeamento e fomos muito criticados por isso, mas já temos 25 planos de urbanização e pormenor em tramitação, como o plano da Matinha, da Baixa, das Amoreiras, do Parque Mayer, da Calçada da Ajuda e da zona envolvente da Gare do Oriente" e também a proposta do novo Plano Director Municipal.

O deputado António Prôa (PSD) derrubou todo este balanço positivo, afirmando que "o PS diz sempre que está tudo bem e cor-de-rosa, mas o estado real da cidade é muito diferente. É aquele que há poucos meses vinha retratado numa reportagem do El País sobre a capital portuguesa: Uma cidade degradada, decadente e vazia".

Em termos financeiros, António Prôa denunciou que, em três anos de executivo PS, "a dívida bancária aumentou em mais de 150 milhões de euros. O passivo de 1300 milhões de euros atingiu os dois mil milhões".

Lembrou que "há quase um ano foi viabilizado um empréstimo de 120 milhões de euros para reabilitação urbana, mas nada foi feito. Lisboa continua a cair e a câmara esconde os prédios com telas pintadas".

Do CDS-PP, Adolfo Mesquita Nunes lançou um desafio a António Costa: "Se as contas estão em ordem, baixe os impostos." O deputado denunciou que "a câmara regista um aumento de 2,5% de despesa com pessoal, sem qualquer motivo que o justifique".

O deputado comunista Modesto Navarro considera que "o estado de Lisboa é obscuro e nada promissor. Chegou mesmo ao ponto de afirmar que "a ligação entre os objectivos do governo central do PS e a câmara de maioria PS tornou-se obsessiva e prenunciadora de mais desastres e empobrecimento para a cidade".

Defende "novas políticas municipais na melhoria da qualidade de vida da população de Lisboa".

(in Diário de Notícias).

1 comentário:

Julio Amorim disse...

"o estado de Lisboa é obscuro e nada promissor..."

E em que ano pós 25 de Abril é que Lisboa esteve ordenada, limpa e reabilitada ?