Lisboa
Aumento de edifício do elevador para o Castelo de S. Jorge reduz vista entre colinas
Por Ana Henriques
Câmara diz que altura do antigo Mercado do Chão do Loureiro não subiu mais de 30 centímetros, mas moradores, comerciantes e movimento cívico desmentem autarquia.
Vizinhos do silo automóvel e do elevador que estão a ser feitos esperam pela retirada dos andaimes e tapumes.
As obras para instalar um silo automóvel e um elevador para o Castelo de S. Jorge no antigo mercado de Chão do Loureiro, em Lisboa, reduziram a vista entre esta colina e a do Bairro Alto. A Câmara de Lisboa assegura que a altura do edifício não subiu mais de 30 centímetros, mas moradores e comerciantes da zona asseguram que o aumento foi muito maior.
Além de lhe ter sido acrescentada uma torre lateral para albergar o elevador - que ligará o Largo do Caldas à Costa do Castelo -, o velho mercado viu prolongado o seu volume no topo da Calçada do Marquês de Tancos.
Numa carta dirigida ao presidente da autarquia e ao vereador da Mobilidade, Nunes da Silva, a associação cívica Forum Cidadania Lisboa lamenta o fim deste miradouro público: "Interrogamo-nos como é possível que um projecto como o presente tenha como resultado a destruição de vistas no topo das Escadinhas do Chão do Loureiro (esplanada do Bar das Imagens)". Quando as obras terminarem, quem quiser ter uma imagem panorâmica da cidade poderá subir ao terraço do mercado, como, de resto, já acontecia até aqui. Para o local está previsto um restaurante de luxo.
"É um crime terem tirado a vista de uma colina para a outra", observa o proprietário do Bar das Imagens, Vasco Saraiva, que vai accionar judicialmente a Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa (EMEL), dona da obra, por perdas e danos. O barulho causado pelas obras deixa a vizinhança com os nervos em franja e tem-lhe tirado os clientes da tarde.
Na Junta de Freguesia de São Cristóvão e São Lourenço o problema é considerado de somenos importância. "Sem dúvida que parte da vista foi cortada. Mas era inevitável", refere o tesoureiro, Rui Alves. "Tenho questões mais graves para resolver na freguesia", diz, por seu turno, a presidente da junta. Sandra Santos, que trabalha noutro bar das imediações, ri-se quando lhe falam nos alegados 30 centímetros de subida de cércea: "Nem pensar, é muito mais... e é inadmissível". Os habitantes do prédio mais próximo da torre do elevador estão à espera que os tapumes da obra sejam retirados para perceberem a que distância ficará das suas janelas a estrutura que levará turistas para o castelo. "Sentimo-nos constrangidos e revoltados", diz Jorge Trindade, designer. "Ninguém nos avisou de nada."
Uma bailarina iraniana reformada que também aqui mora recorreu a um advogado para ser indemnizada dos danos que afirma que a obra lhe causou dentro de casa, como o desmoronamento de parte de uma parede. "Trinta centímetros?! Subiu muito mais! O meu "prato de satélite" da TV deixou de funcionar". O Forum Cidadania fala na subida de um andar.
Mas, segundo a EMEL, o projecto "mantém a cércea" do mercado, "com pequenos ajustes de centímetros, sendo que continuam a existir passagens entre o edifício que permitem a quem está na rua" ter uma vista da cidade. A caixa do elevador "é a única área nova, sendo que essa estrutura será inferior à que se visualiza actualmente logo que forem retirados os andaimes". A EMEL assegura que a restante estrutura do elevador está a ser feita "dentro do edifício, mantendo, no essencial, a traça do antigo mercado".
(in Público).
Além de lhe ter sido acrescentada uma torre lateral para albergar o elevador - que ligará o Largo do Caldas à Costa do Castelo -, o velho mercado viu prolongado o seu volume no topo da Calçada do Marquês de Tancos.
Numa carta dirigida ao presidente da autarquia e ao vereador da Mobilidade, Nunes da Silva, a associação cívica Forum Cidadania Lisboa lamenta o fim deste miradouro público: "Interrogamo-nos como é possível que um projecto como o presente tenha como resultado a destruição de vistas no topo das Escadinhas do Chão do Loureiro (esplanada do Bar das Imagens)". Quando as obras terminarem, quem quiser ter uma imagem panorâmica da cidade poderá subir ao terraço do mercado, como, de resto, já acontecia até aqui. Para o local está previsto um restaurante de luxo.
"É um crime terem tirado a vista de uma colina para a outra", observa o proprietário do Bar das Imagens, Vasco Saraiva, que vai accionar judicialmente a Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa (EMEL), dona da obra, por perdas e danos. O barulho causado pelas obras deixa a vizinhança com os nervos em franja e tem-lhe tirado os clientes da tarde.
Na Junta de Freguesia de São Cristóvão e São Lourenço o problema é considerado de somenos importância. "Sem dúvida que parte da vista foi cortada. Mas era inevitável", refere o tesoureiro, Rui Alves. "Tenho questões mais graves para resolver na freguesia", diz, por seu turno, a presidente da junta. Sandra Santos, que trabalha noutro bar das imediações, ri-se quando lhe falam nos alegados 30 centímetros de subida de cércea: "Nem pensar, é muito mais... e é inadmissível". Os habitantes do prédio mais próximo da torre do elevador estão à espera que os tapumes da obra sejam retirados para perceberem a que distância ficará das suas janelas a estrutura que levará turistas para o castelo. "Sentimo-nos constrangidos e revoltados", diz Jorge Trindade, designer. "Ninguém nos avisou de nada."
Uma bailarina iraniana reformada que também aqui mora recorreu a um advogado para ser indemnizada dos danos que afirma que a obra lhe causou dentro de casa, como o desmoronamento de parte de uma parede. "Trinta centímetros?! Subiu muito mais! O meu "prato de satélite" da TV deixou de funcionar". O Forum Cidadania fala na subida de um andar.
Mas, segundo a EMEL, o projecto "mantém a cércea" do mercado, "com pequenos ajustes de centímetros, sendo que continuam a existir passagens entre o edifício que permitem a quem está na rua" ter uma vista da cidade. A caixa do elevador "é a única área nova, sendo que essa estrutura será inferior à que se visualiza actualmente logo que forem retirados os andaimes". A EMEL assegura que a restante estrutura do elevador está a ser feita "dentro do edifício, mantendo, no essencial, a traça do antigo mercado".
(in Público).
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