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Prédio em risco de ruir foi evacuado na rua de S. Bento
CRISTIANO PEREIRA
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O prédio da antiga farmácia Micael, na rua de São Bento, Lisboa, foi demolido no início do ano, tendo sido feitas escavações para novas obras. Foi a partir dessa altura que começaram a aparecer fissuras no prédio ao lado. Ontem, os moradores foram evacuados.
São 13 pessoas de quatro famílias que ontem foram realojadas devido ao perigo de colapso do prédio situado no número 384 da rua de São Bento. No mesmo edifício, um cabeleireiro e uma loja de antiguidades foram obrigados a encerrar temporariamente.
Ao início da tarde, elementos dos bombeiros, da Polícia Municipal e da Protecção Civil estiveram no local para fazer avaliação da situação e chegaram à conclusão de que a causa da instabilidade deve-se às obras que decorrem ao lado. "A obra está a afectar as condições de segurança do imóvel", disse, ao JN, Emília Castela, do Serviço Municipal da Protecção Civil de Lisboa.
A responsável confirmou que anteriormente fora feito um pedido de vistoria por parte dos moradores, e, nessa altura, "notaram-se algumas anomalias", tendo sido colocadas "umas medições que permitiram hoje [ontem] avaliar que houve uma agravamento da situação".
Na rua, a gerente da loja de antiguidades, situada no rés-do chão, e as trabalhadores do cabeleireiro do primeiro andar davam mostras de apreensão e preocupação com o futuro.
"Estou muito preocupada", disse-nos Maria do Carmo Nobre, da loja de antiguidades, referindo que já há um mês chamara técnicos da Câmara "para ver o que se passava", uma vez que reparava cada vez mais no surgimento de novas fissuras na parede. "O construtor continua a dizer que isto não vai cair", protestou, acrescentando que ontem "a Protecção Civil disse que era melhor não ficarmos dentro do prédio".
A comerciante sublinhou ter "montes de fissuras dentro da loja que começaram a aparecer quando se iniciaram as obras" e disse não conseguir perceber " como é que a Câmara autoriza uma obra sabendo que o outro prédio fica em risco".
"Eles têm de pagar tudo"
Perante a forte hipótese da sua loja fechar por tempo indefinido, Maria do Carmo Nobre dava mostras de revolta. "Eles é que têm que pagar tudo", apontou. "Este é o meu emprego, é o meu trabalho e alguém tem que ser responsável", desabafava, acrescentando que tenciona encaminhar o caso "para um advogado".
No cabeleireiro do piso de cima, os receios são idênticos. "Estou com receio pelas minhas colegas", disse-nos Maria da Conceição Nascimento, lembrando que "são pessoas com família, filhos e casas para pagar e este é o seu ganha pão".
Já a colega Miria Silva, por seu turno, disse ao JN que na terça-feira "notamos que a porta não abria, parecia que tinha cedido um pouco mais".
O prédio da antiga farmácia Micael, na rua de São Bento, Lisboa, foi demolido no início do ano, tendo sido feitas escavações para novas obras. Foi a partir dessa altura que começaram a aparecer fissuras no prédio ao lado. Ontem, os moradores foram evacuados.
São 13 pessoas de quatro famílias que ontem foram realojadas devido ao perigo de colapso do prédio situado no número 384 da rua de São Bento. No mesmo edifício, um cabeleireiro e uma loja de antiguidades foram obrigados a encerrar temporariamente.
Ao início da tarde, elementos dos bombeiros, da Polícia Municipal e da Protecção Civil estiveram no local para fazer avaliação da situação e chegaram à conclusão de que a causa da instabilidade deve-se às obras que decorrem ao lado. "A obra está a afectar as condições de segurança do imóvel", disse, ao JN, Emília Castela, do Serviço Municipal da Protecção Civil de Lisboa.
A responsável confirmou que anteriormente fora feito um pedido de vistoria por parte dos moradores, e, nessa altura, "notaram-se algumas anomalias", tendo sido colocadas "umas medições que permitiram hoje [ontem] avaliar que houve uma agravamento da situação".
Na rua, a gerente da loja de antiguidades, situada no rés-do chão, e as trabalhadores do cabeleireiro do primeiro andar davam mostras de apreensão e preocupação com o futuro.
"Estou muito preocupada", disse-nos Maria do Carmo Nobre, da loja de antiguidades, referindo que já há um mês chamara técnicos da Câmara "para ver o que se passava", uma vez que reparava cada vez mais no surgimento de novas fissuras na parede. "O construtor continua a dizer que isto não vai cair", protestou, acrescentando que ontem "a Protecção Civil disse que era melhor não ficarmos dentro do prédio".
A comerciante sublinhou ter "montes de fissuras dentro da loja que começaram a aparecer quando se iniciaram as obras" e disse não conseguir perceber " como é que a Câmara autoriza uma obra sabendo que o outro prédio fica em risco".
"Eles têm de pagar tudo"
Perante a forte hipótese da sua loja fechar por tempo indefinido, Maria do Carmo Nobre dava mostras de revolta. "Eles é que têm que pagar tudo", apontou. "Este é o meu emprego, é o meu trabalho e alguém tem que ser responsável", desabafava, acrescentando que tenciona encaminhar o caso "para um advogado".
No cabeleireiro do piso de cima, os receios são idênticos. "Estou com receio pelas minhas colegas", disse-nos Maria da Conceição Nascimento, lembrando que "são pessoas com família, filhos e casas para pagar e este é o seu ganha pão".
Já a colega Miria Silva, por seu turno, disse ao JN que na terça-feira "notamos que a porta não abria, parecia que tinha cedido um pouco mais".
(in Jornal de Notícias).
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