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Esta era a Praça da Figueira na década de 50. Muitas vezes, podemos transmitir a impressão de que somos um blogue nostálgico, saudoso de um passado - de um passado que nunca existiu. Queremos preservar o passado porque o presente é melhor do que ele. Não temos nenhuma visão estática ou conservadora de Lisboa. A mítica Lisboa tranquila, pacata, imaculada, ordenada, nunca existiu. Hoje há sem-abrigo, antigamente vivia-se em furnas e em barracas. Crianças andavam descalças a vender jornais. Lisboa tinha bairros imundos, onde ninguém entrava. Não temos nenhuma saudade de um passado mais imaginado do que real. Mas, precisamente porque Lisboa melhorou, é que esse progresso não deve fazer desaparecer o que resta de outros tempos, porque o que ficou é bom: os edifícios, o património, o comércio tradicional, algumas vivências de bairro. Não recordamos o Terreiro do Paço cheio de carros, a Praça da Figueira também, as condições miseráveis em que muitos viviam. Recordamos o que de bom ficou - e que não pode perder-se sob uma ilusória utopia de «modernidade». Tão ilusória e utópica como aquela que nos faz querer reviver uma Lisboa que, de facto, nunca tivemos.
1 comentário:
Muito bem.
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