As naus e os corvos. E os grafitos. Todo um símbolo.
Bem-vindos ao antigo Mercado de Xabregas.
Um antigo mercado, com uma arquitectura e motivos decorativos que mereciam melhor sorte.
Melhor sorte do que a de servir de depósito a sinais de trânsito da CML.
Isto não podia estar um bocadinho mais arrumado?
«Inspecção Sanitária». Não há dúvida: esta é uma cidade maravilhosamente surpreendente.
Ao longe, um homem.
Aproximamo-nos.
Levanta-se.
Mas percebe que é gente de paz.
Autoriza-nos a fotografá-lo. É um dos muitos que por aqui andam, nas imediações do albergue.
O cão, ainda cachorro, já tem força. Por pouco não ia deitando a cadeira e a mesa abaixo.
E, no meio, velhas glórias nos olhavam.
À porta da churrasqueira, fizemos um amigo, que pediu para não ser fotografado. Um informático, que navegava na Net. A vida foi-lhe madrasta. Melhores dias virão, Paulo. Um abraço.
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Este é outro. Uma força da natureza. Eis o amigo Ângelo Ferreira.
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Lá dentro, não tem mãos a medir.
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Vem cá para fora, conversa connosco.
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Durante mais de vinte anos, foi fotógrafo. Casamentos e baptizados.
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Agora, vende frangos para fora. Não se queixa nem lamenta. Um empresário confiante.
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Um homem de trabalho em tempos de crise. O futuro não parece assustá-lo. De quando em vez, põe a mão no queixo, pensativo. Mas não está abalado. Fala-nos de si e do que foi outrora o Mercado de Xabregas. Em tempos difíceis, é provável que o negócio do frango assado até registe um aumento. Não percebemos muito do assunto. O nosso negócio é outro. Obrigado, Ângelo. Obrigado, Paulo. Até sempre!
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Graças ao amigo que ali fizemos, sabemos que estas imagens vão ser vistas pelos muitos deserdados da vida que frequentam o Mercado de Xabregas. Temos falado com o nosso amigo. Graças a ele, a gente que por ali anda passou a ver o Lisboa SOS. E, pelos vistos, gosta. Obrigado, amigo!
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