terça-feira, 30 de novembro de 2010

Greve de Estátua.



Fernando Jorge.

Praça da Figueira: é Natal...




Fernando Jorge.

Falemos de pão.





A Padaria Portuguesa: O pão também pode ser chique
por Diana Garrido.
Abriu este mês e já conquistou clientes habituais. Tem mais de 30 variedades de pão e vários bolos caseiros
Imagine uma padaria com mais de 30 tipos de pão. Agora, imagine que nessa padaria há pão quente a sair várias vezes ao dia. Junte-lhe bolos diversos, um toldo às riscas com um toque parisiense - porque a decoração também importa - e uma bicicleta pasteleira, cheia de espigas de trigo, mesmo à entrada. Quem passa fica com os olhos presos na montra, cheia de pão de todos os tamanhos e feitios. Também há pão com chouriço de porco preto, a um euro, pão de azeitonas e de tomate seco. Há sandes de torresmos em pão de vianinha e de carne assada com cogumelos e mostarda de coentros, em baguete. E de salmão. E de mozzarella e tomate. Vamos parar antes que não consiga controlar a água na boca e explicar do que falamos.

Chama-se A Padaria Portuguesa e abriu dia 5 de Novembro, na Avenida João XXI, em Lisboa. "Abrimos só às 11h45, pensando que íamos ter um dia calmo, com tempo para organizar tudo, mas não. Antes de abrirmos a porta já tínhamos uma fila de 20 e tal pessoas à espera para entrar", conta Nuno Carvalho, um dos sócios da padaria e mentor do projecto.

Nuno tem 32 anos. Depois de vários anos a trabalhar na Jerónimo Martins na área da gestão, onde se licenciou, decidiu criar o seu próprio negócio. A inspiração, diz, veio do próprio Alexandre Soares dos Santos, presidente do império Jerónimo Martins, com quem calhou almoçar. "Ele falou-me da fundação que quis criar e da importância de fazer alguma coisa da vida sem ser só trabalhar. Andei dez dias a pensar naquilo. Até voltei a fazer voluntariado, a distribuir alimentos aos sem abrigo, mas não era aquilo que me preenchia." E pronto. Usou a experiência de gestão na área alimentar e criou A Padaria Portuguesa. O fabrico é próprio e cumpre as regras do artesanal.

Por enquanto é só uma, mas a ideia é criar uma verdadeira cadeia de padarias. "Há cadeias de roupa, de supermercados, porque não de pão?", diz Nuno.

Apesar da futura massificação, os três mandamentos do negócio não serão afectados: "Produtos com relação qualidade preço acima da média; ambiente da loja, com decoração acolhedora e preocupação na utilização de produtos portugueses; papel activo na vida do bairro", garante Nuno. "Queremos que o cliente entre na Padaria e o empregado já saiba o que ele vai comer."

A Padaria Portuguesa abre às 8h00 e fecha às 20h00. Tem menus de pequeno-almoço a 2,50€ com direito a um sumo natural, uma sanduíche em pão de leite, croissant ou pão normal e um café. Ao almoço pode comer por 4,90€ e ao lanche, fica satisfeito por 2,50€.

Se quiser fazer um brilharete num almoço ou lanche em casa dos pais/tios/avós/amigos há bolos (inteiros) caseiros de chocolate, laranja, mármore e noz, a três euros. É só tirar o papel vegetal com o símbolo da padaria e jurar a pés juntos que foi feito por si.

Não se esqueça de tirar a senha assim que entra, que é para não haver confusões de quem chegou primeiro ao balcão.

E se é amante de esplanadas, façam 27 ou 7 graus, A Padaria Portuguesa já providenciou uns aquecedores de rua e umas mantas, para que possa comer brioches (ou pasteis de nata, ou bolas de Berlim) ao ar livre. Se adorar fritos de natal mas detestar o cheiro que implica fazê-los, a padaria também trata disso. E do bolo rei.


(jornal «i»).

Desculpem perguntar...

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A CML não tem dinheiro e abriu um concurso para um monumento à República, a localizar na Avª de Berna? Já agora, onde, em concreto?

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Outsider Art – o único museu do país.

Voltámos ao Pavilhão de Segurança – Museu, que desde Setembro aumentou o espaço onde exibe pinturas, desenhos, pequenas esculturas e azulejos de doentes. Agora são mais 4 salas, num total de 8, com uma arte exuberante, que abrange todas as décadas do século XX, desde 1902, a maioria Outsider Art, mas também arte naif e convencional.
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Além de um edifício panóptico e vanguardista, onde residiu Jaime Fernandes, e com uma colecção de 3500 obras, é o único Museu de Outsider Art do país (e até da Península). Uma mais valia para Lisboa, internacionalmente, pois lá fora este tipo de arte é muito mais conhecido e apreciado (a Lonely Planet já o descobriu …).
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E como se lê no folheto de apresentação, «um espaço de homenagem às pessoas com perturbação mental, à sua sensibilidade e inteligência, combatendo o preconceito»
Noutro texto do Museu, explica-se o que é Outsider Art :

«No século XX, de um interesse quase exclusivamente clínico, a arte dos doentes mentais passa a ser reconhecida como de valor artístico específico e inovador, influenciando grandes figuras e movimentos, como Picasso e Klee ou o expressionismo e o surrealismo. Os livros de Walter Morgenthaler e de Hans Prinzhorn (1921 e 1922) são os primeiros estudos a demonstrar o elevado valor da arte dos “loucos”, o último dos quais baseado numa recolha selecionada de 5000 obras, em diversos hospitais europeus.

E nos anos 1940 Jean Dubuffet lança o conceito de Art Brut – Arte Crua, designando a arte livre de quaisquer padrões, fruto de necessidade pura e interior, de artistas sem formação ou autodidatas, em muitos casos com perturbação mental, um conceito de algum modo alargado nos anos 1970 para Outsider Art. Uma arte diferente e autêntica, muito heterogénea e inventiva, por vezes rude, que não se apreende de imediato, mas de crescente aceitação, e tão desprezada e desconhecida entre nós.
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(Para uma introdução ao universo da Outsider Art, aconselhamos: os sites, da revista Raw Vision, da Collection abcd (Paris), da Collection de l’Art Brut (Lausanne), do American Folk Art Museum (Nova Iorque), do Intuit Center (Chicago); e os livros disponíveie pela internet “Outsider Art” de Colin Rhodes, “Raw Creation” de John Maizels, “À Corps Perdu, abcd collection”.)»

E o texto descreve algumas das raridades expostas pela primeira vez, no núcleo mais antigo:

«Complementa as anteriores e vem colocar definitivamente o Pavilhão de Segurança no circuito mundial dos museus que expoem Outsider Art (a melhor revista neste campo, a Raw Vision, refere o Museu em recente número).
Inicia-se com o desenho/projecto de uma megalómana fonte, de 1902, um guache com esquissos da planta e de disposição no verso, do internado António Gameiro, pintor bolseiro da rainha, uma raridade em termos internacionais. Trata-se de uma pintura que certamente integrava o Museu criado pelo Prof. Miguel Bombarda, dos primeiros da Europa, descrito na imprensa e no livro de Júlio Dantas “Pintores e Poetas de Rilhafoles”, de 1900, e cujas obras se encontram desaparecidas há muito.
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Também de importância internacional, pelo vanguardismo e mestria, exibe-se as fotografias de uma instalação, de José Gomes, de latas, arame e papel, de 1913, e uma instalação humana, performance ou fotografia intervencionada, do mesmo doente, no pátio das oliveiras do hospital, em 1914, uma composição surrealista antes do surrealismo, com o autor de vestes esfarrapadas, mais 4 pessoas, uma delas com uma guitarra, 4 cães, 1 cabra, a bandeira espanhola e dizeres.
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Destaque-se ainda um desenho modernista, ou abstracto, de Alcobia (1912-1913), dois desenhos do poeta-pintor Ângelo de Lima (1919), as composições de um expressionismo abstracto de Ilda (1934), o desenho de uma enfermaria “desconstruída”, sem paredes, tecto e pavimento, com duas camas invertidas no espaço (1933), desenhos de traço automático ou “mediúnico”, composições de traço automático ou “mediúnico”, e desenhos surreais ou alucinatórios de Ernesto Afonso e de Maria Rosa Sousa. Além de outros desenhos muito singulares e heterogéneos, apresentando o conjunto uma surpreendente semelhança com as obras da célebre colecção Prinzhorn, de Heidelberg.
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Finalmente, realce-se a exibição de dois Jaime Fernandes, artista outsider de renome mundial (representado no Museu de Lausanne, ou na colecção ABCD, e exposto em Nova Iorque), um deles inédito, em tons de verde, recentemente depositado no Museu, que junta o guache às linhas consecutivas a esferográfica, típicas das suas geniais obras. »
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"Tons verdes", de Jaime Fernandes.
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Joaquim A. M. Demétrio, 1964.
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Pavilhão de Segurança, Enfermaria Museu,
Hospital Miguel Bombarda, Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa,
tel. 21 3177400
Horário:
segundas e sábados das 14h às 18h,
quartas das 11,30h às 13h .

Estatística.

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17,5% de alunos de Lisboa e Porto assumem pertencer a um gangue.

Caros Assessores.

Os caros assessores
por PEDRO MARQUES LOPES


O presidente da Câmara de Lisboa foi muito expedito em vir desmentir uma notícia dum jornal. Em poucas horas organizou uma conferência de imprensa para dizer que o passivo da câmara ia diminuir e não aumentar, como garantia o Público - que no dia seguinte corrigia a notícia.

António Costa não foi tão lesto a comentar uma situação que chegou ao conhecimento público na semana passada. Apesar de lhe terem perguntado por que diabo um cavalheiro de 26 anos, sem licenciatura e sem curriculum - a não ser umas capacidades extraordinárias para sacar uns cobres a um fundo público qualquer -, ganhava 3950 euros mensais como assessor técnico e político da vereadora Graça Fonseca, o presidente da câmara resolveu nada dizer.

Entende-se: uma coisa são uns milhões a mais ou a menos, outra é um assessor qualquer ganhar uns milhares de euros por mês.

De qualquer forma ficamos a saber que António Costa acha normal - tudo o indica - que a sua vereadora para a modernização administrativa, descentralização e serviços centrais tenha ao seu serviço para a assessorar nestas importantes tarefas um cidadão cujo único curriculum é ser militante e ex-funcionário do Partido Socialista.

A propósito, e se António Costa tivesse disposição para responder a problemas menores, poderia informar-nos em que profissão um cidadão de 26 anos com as habilitações deste assessor consegue ganhar o que este ganha.

Esta triste história é excepção em câmaras municipais, institutos, fundações, Estado e afins? Claro que não. É, não há quem não saiba, uma história comum. E acontece seja qual for o partido que esteja no poder. Os partidos - como nós o sabemos - utilizam o Estado e afins para satisfazer as suas clientelas, comprar cumplicidades, cimentar poderes internos.

Já estamos de tal maneira rotinados com estas iniquidades, que, por exemplo, a notícia de que um alto quadro do PS, um tal de André Figueiredo, teria oferecido um cargo muito bem remunerado numa empresa pública ou aparentada a um camarada do mesmo partido, para que ele não concorresse numa eleição interna, foi esquecida em um ou dois dias. E, para quem estiver seriamente desmemoriado, a denúncia foi feita pela pessoa a quem foi feita a "oferta", um senhor deputado. Aconteceu alguma coisa neste caso? Nada. Em qualquer país minimamente civilizado esta história não deixaria pedra sobre pedra. Não é só por estarmos demasiado habituados a coisas destas, é, provavelmente, pela noção de que se outro partido estivesse no poder a mesma coisa aconteceria e ninguém no sistema partidário tem telhados suficientemente robustos.

Dir-me-ão que estas situações são apenas gotas de água no vasto oceano de incúria e negligência que conduziu o País, e sobretudo o Estado, à condição em que hoje se encontra. Não concordo.

Talvez menos pelos valores envolvidos, mas sobretudo pelo nível de pessoas que se foram colocando no aparelho estatal e aparentado. Por um lado, gente sem qualificações mínimas que apenas lá está por servir cegamente os respectivos partidos, por outro pessoas, como a vereadora Graça Fon- seca, que acham que basta a justificação da "confiança política" para colocar um qualquer militante do seu partido naquelas funções e com um salário daquele tamanho. Basta multiplicar a incompetência e o compadrio por todo o Estado e verificar se falamos de gotas no oceano. E não É só o que estes senhores e senhoras fazem de forma directa. É, sobretudo, o clima que criam nos sítios onde "trabalham"; a sensação de injustiça, de desrespeito pelo trabalho alheio, que provoca desmotivação e revolta, e se alastra pela comunidade inteira.

António Costa, promovendo ou convivendo com estas poucas vergonhas, está também a ajudar a destruir a imagem dos políticos e dos partidos. Se homens como o provável próximo líder dum dos maiores partidos portugueses colabora ou olha para o lado quando vê situações como a descrita acontecerem, que tipo de comportamento poderemos esperar de gente com bem menos responsabilidades que ele?

(in Diário de Notícias).

Natal no Rossio.





Festa dura até 9 de Janeiro
Lisboa: animação de Natal leva mais gente ao Rossio mas também provoca desagrado
Por Ana Henriques
Para uns, lembra a Feira Popular e é indigna de uma das principais praças da cidade; para outros, é uma boa maneira de combater a desertificação da Baixa. A festa dura até 9 de Janeiro.
Iniciativa da câmara é patrocinada pela Santa Casa da Misericórdia (Foto: Enric Vives-Rubio)

A pista de gelo para patinagem, o carrossel infantil e as barraquinhas que aterraram no Rossio a título de animação natalícia estão a atrair mais gente à Baixa lisboeta, mas também a suscitar críticas entre defensores do património. Motivo: os equipamentos de diversão ali instalados serão pouco consentâneos com a dignidade da praça.

O próprio presidente da Associação de Dinamização da Baixa Pombalina, entidade que se associou à iniciativa, confessa que preferia vê-la na vizinha Praça da Figueira, "um local mais apropriado a eventos lúdicos deste género". Mas "os seus promotores entenderam que o Rossio lhes dava mais visibilidade", prossegue Manuel Lopes. Da responsabilidade da Câmara de Lisboa e da Santa Casa da Misericórdia, que espalhou publicidade aos seus jogos sociais quer pelo ringue de patinagem quer pelos contentores e pela barraquinha que dão apoio à pista de gelo, a animação vai manter-se até 9 de Janeiro.

O blogue Lisboa SOS, um dos mais activos em relação à vida da cidade, mostrou-se ontem muito crítico da iniciativa: "Todos os anos, a Santa Casa e a Câmara de Lisboa atravancam o Rossio com adereços pindéricos. (...) A Feira Popular regressou a Lisboa. Ele há bolas gigantes de plástico, Pais Natal escanzelados, um pavilhão monstro para meter e tirar patins. Ele há de tudo no Rossio! Começou mal o Natal". A "quantidade infinda de grades de metal" espalhada pelo espaço também é motivo de reparo.

O historiador de arquitectura Sérgio Rosa de Carvalho mostra-se igualmente indignado: "Trata-se de uma cacofonia híbrida, de uma insensibilidade total para com a envolvente arquitectónica. A animação não está à altura do poder simbólico da praça". O especialista critica ainda a estrutura metálica quadrangular em forma de árvore estilizada que suporta as luzes de Natal em redor da estátua de D. Pedro IV: "É brutalista, não tem em conta a linguagem arquitectónica do monumento nem as suas proporções". O historiador entende que falta dignidade aos arranjos natalícios - uma opinião com que Manuel Lopes não concorda: "Têm a dignidade mínima exigível. E é gratificante ver a praça cheia de gente".

O vereador do PSD Vítor Gonçalves foi ontem à noite ao Rossio e também não gostou do que viu: "Uma das principais praças de Lisboa foi transformada numa mini-Feira Popular, o que é de muito mau gosto. Se fosse no Campo das Cebolas ou no Martim Moniz, era diferente. Aqui, não se justifica isto".

Os tempos de crise

Mas os comerciantes mostram-se satisfeitos. "É preciso trazer as pessoas para a Baixa, e ao fim-de-semana não costuma haver aqui movimento", observa um empregado do Café Nicola. "Falta de dignidade? Não se pode confundir dignidade com elitismo". O gerente da Confeitaria Nacional acha a iniciativa positiva. "Claro que podiam ter feito uma coisa melhor. Mas se não tivessem feito nada não havia aqui ninguém", resume uma funcionária administrativa que aqui veio passear. Duas estudantes polacas apontam a árvore estilizada de luzes azuis: "Não é lá muito bonita. Mas de outra forma seria mais cara, e Portugal vive uma crise económica"

A Câmara de Lisboa preferiu não comentar as críticas. A porta-voz da autarquia forneceu, no entanto, dados sobre a iniciativa: "Os custos dos equipamentos de diversão que estão no Rossio para dinamização do comércio da Baixa na quadra natalícia foram pagos, através de patrocínio, pela Misericórdia de Lisboa. Os custos relativos aos artistas e à animação de rua que todos os fins-de-semana até 9 de Janeiro estão nas ruas do Ouro, Prata e Augusta são de 25 mil euros e são suportados pela câmara". Mesmo com o patrocínio, 15 minutos de patinagem custam dois euros, o mesmo que uma volta no carrossel, que é uma réplica de um equipamento antigo.

(in Público).

domingo, 28 de novembro de 2010

Natal no Rossio.


Já cá está a tenda. Só falta o Menino Jesus!


Natal Comercial.


Bolas p'ra isto!


1 bilhete = 2 €. O Rossio está lindo!


Natal no Rossio: as renas estão a reinar connosco.


E as criancinhas, Senhor? Estas baias são para as renas, irrequietas, ou para alguns meliantes anti-NATO? Assim está o Rossio. Assim vai Lisboa. Fugi do Natal, fugi, senhores!

Natal no Rossio: palavras para quê?


Natal in fabula.







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O que vedes nas imagens, natalício leitor, são pavilhões gimnodesportivos que a Santa Casa e a Câmara tiveram por bem instalar em Lisboa. Adonde, perguntais vós? No Rossio. Sim, aquela Praça que fica mais ou menos de quem desce a Avª da Liberdade. Sempre em frente, é aí. A CML continua a tratar-nos como se fossemos a vaca e o burro do presépio. Isto é a matança dos inocentes, Herodes Costa! Fujamos, Maria, fujamos. Numa gruta ficaremos mais abrigaditos. Uma estrela rasgou o céu.

Car-Natal?







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O Rossio está gozado. Os três reis magos - CML, Santa Casa e Associação de Desenvolvimento da Baixa Pombalina - trouxeram o incenso, o ouro e a mirra. A Praça, de facto, ficou mirrada. Cheia de coisas, tanta porcaria lá lhe meteram... Uma graça sem graça. Os passeantes intrigam-se: que é isto? Para mais, uma criancinha tem de pagar para entrar. O negócio instala-se, travestido de benfeitoria natalícia. A Santa Casa faz propaganda aos seus jogos. Toda a gente sabe que o São José e a Virge Maria eram danadinhos para o Euromilhões. E da raspadinha, até a vaca e o burro do presépio gostavam! Sem falar que o São João Baptista era criança e já andava a brincar ao Totoloto. Que cenaça é esta, filhos de Cristo?

Merdy Christmas !







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No Rossio, é Carnaval. Car-natal. Carnivale. Charivari. Uma tenda gigantesca. Merdy X-Mas. (vejam o paizito natal com T-Shirt dos Jogos da Santa Casa... rapaz atilado, a recibos verdes, geração precária: volta anafado Santa Claus, estás perdoado!).

Passa por mim no Rossio.











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Lisboa SOS está em condições de assegurar em primeira mão: a Feira Popular regressou a Lisboa. Com o apoio de Domingos Bola de Névoa e Filipe Há Feira, dois prestigiosos empresários, acompanhados à guitarra pela CML e, à viola, pela Santa Casa. Haja Misericórdia.... Atravancaram o Rossio de um carrosel, a mais o quiosque para bilhetinhos (sim, não é à borla), uma pista de gelo, mais uma quantidade infinda de grades de metal (sobrantes da Cimeira/Nato), ele há bolas gigantes de plástico, pais-natais escanzelados, um pavilhão monstro para meter e tirar patins. Ele há de tudo no Rossio! Um espectáculo a não perder. De chorar por mais? Não. De chorar mais e mais. Todos os anos, a Santa Casa e a CML atravancam o Rossio com adereços pindéricos. Este ano, esmeraram-se. Melhorar é sempre de saudar, CML! Viva os milhões, Santa Casa! Mas porque é preciso pagar os divertimentos? Quem autorizou esta macacada lucrativa? O Natal começou. Mal. Começou mal o Natal. Um péssimo Natal para si, são os votos do Lisboa SOS.